Uma bacia hidrográfica ou bacia de drenagem de um curso de água é o conjunto de terras que fazem a drenagem da água das precipitações para esse curso de água e seus afluentes.
A formação da bacia hidrográfica dá-se através dos desníveis dos terrenos que orientam os cursos da água, sempre das áreas mais altas para as mais baixas.
Essa área é limitada por um divisor de águas que a separa das bacias adjacentes e que pode ser determinado nas cartas topográficas. As águas superficiais, originárias de qualquer ponto da área delimitada pelo divisor, saem da bacia passando pela seção definida e a água que precipita fora da área da bacia não contribui para o escoamento na seção considerada. Assim, o conceito de bacia hidrográfica pode ser entendido através de dois aspectos: Rede Hidrográfica e Relevo. Em qualquer mapa geográfico as terras podem ser subdivididas nas bacias hidrográficas dos vários rios.
Imagem 1:Bacia hidrográfica do rio Douro. |
Leito de um Rio;
O leito aquático ou simplesmente leito de rio é o espaço que pode ser ocupado pelas águas, sendo possível distinguir o leito aparente, o leito maior ou leito de inundação, e o leito menor.
É responsável pela movimentação da água desde a sua nascente até a Foz.
O leito do rio pode ser subclassificado em:
Leito aparente - é o sulco por onde normalmente correm as águas e os materiais que elas transportam.
Leito de inundação ou leito maior - é o espaço do vale que é inundavél em época de cheias. Uma inundação ocorre quando o nivél das águas ultrapassa os limites do leito aparente, submergind a área circundante, ou seja, a planicie de inundação.
Leito de estiagem ou Leito menor - corresponde à zona ocupada por uma quantidade menor de água, como acontece, por exemplo, durante o verão.
Imagem 2:Leito de um Rio em duas diferentes situações. |
Rio Marialva;
Rio marialva, também conhecido por rio Agualva, passa exactamente por baixo das ruas da vila de Arouca, mas nem sempre se encontrou assim. Há mais de 50 anos este rio encontrava-se a céu aberto. Ao longo dos anos varias pequenas catástrofes aconteceram causadas pelo aumento do leito deste rio, devido a intensas chuvas aumentando assim o leito do rio para um leito de cheia. Para falar sobre este rio teremos de voltar ao passado, nomeadamente no Ano de 1712 onde pela primeira vez foi dado um nome a zona onde passava este rio, “Rua da ribeira” que é a continuação da rua do agualva que ainda hoje se mantém com este nome.
Imagem 3:Leito do rio Marialva e Rua direita (1915) |
Como o rio dividia a vila a meio as únicas vias de comunicação eram pontes ou poldras, sendo a mais antiga ponte datada de 1823. Assim como muitos rios este também apresenta leito de cheia e estando este nesta situação “apertada” uma cheia poderá ter efeitos catastróficos.
Imagem 4:Leito do rio Marialva e Rua direita (1915) |
Após uma pesquisa na biblioteca Municipal de Arouca, conseguimos obter registos das cheias que se fizeram sentir nesta região. Em 1929 dá-se a primeira cheia, onde parte da vila foi destruída assim como esta rua. As pontes que faziam a ligação entre os lados da vila ficaram destruídas.
Imagem 5:Destruição causada por uma cheia no rio marialva. Rua direita (1929) |
É bem visível a destruição causada por esta cheia, o que trás grandes custos para a população.
Imagem 6:Rua direita após a cheia de (1934) |
A cheia de 1934 foi a cheia mais destrutiva registada em Arouca, onde não só destruiu pontes, poldras e o seu “leito” construído pelo homem, como também danificou muitas fundações das habitações perto do rio. Os custos nessa altura foram enormes.
Após estas catástrofes as autoridades locais tiveram a necessidade de encanar o rio, para de algum modo parar ou diminuir os danos causados quando ocorre uma cheia. Em 27 de Novembro de 1945 os esforços para encanar o rio começaram e 4 anos mais tarde ( a 30 de Junho de 1949) foram finalmente concluídas. Para além da cobertura deste rio foi também necessário reflorestar a zona entre a Senhora da Mô e a Santa Lúzia (visto que as encostas destes montes fazem parte da bacia hidrográfica do rio Marialva), para absorver muita da água que escorre para o rio. Após a cobertura do rio não houve mais registos de cheias graves, mas houve pequenos abatimentos da estrada que agora cobre o rio, mais precisamente em períodos de muita chuva. Estes abatimentos são devido a força da água que remove sedimentos e desgasta as fundações da estrada fragilizando-a.